CALA A BOCA MAGDA!!!
De 1996 a 2002 a TV Globo apresentou um Programa humorístico intitulado Sai de Baixo, com um elenco de peso, com atores como Miguel Falabella, Aracy Balabanian, Luis Gustavo, Marisa Orth, Claudia Gimenez e Tom Cavalcante, que “ao vivo” aos domingos após o Fantástico e no formato teleteatro representavam uma disfuncional família. O programa foi sucesso de crítica e audiência.
O programa caiu nas graças do público, pois era bastante informal e havia interação com o público que lotava o teatro. Muitas vezes esqueciam as falas ou riam das próprias situações que encenavam. Um dos bordões que ficaram imortalizados no programa foi o “Cala a Boca Magda”, pronunciado por Caco Antibes (Miguel Falabella) direcionado a sua esposa Magda (Marisa Orth), que era uma ex-grã fina de pouco cultura, deficiência intelectual e que soltava muitas gafes.
Porque iniciei esta coluna fazendo este retrospecto do programa citado? Simplesmente porque me lembrei diversas vezes do bordão “Cala a Boca Magda” nos últimos dias, ao ser impactado pela fala da Excelentíssima Primeira-Dama da Republica Federativa do Brasil, a senhora Rosangela Lula da Silva, a Janja.
Em um dos eventos anexos ao G20, chamado de Painel do G20 Social, no Rio de Janeiro. Janja ministrava uma palestra quando envolvida pelo deslumbramento de discursar em evento tão importante, mandou Elon Musk se f0de4 em inglês. Janja tecia criticas a fake news, quando foi interrompida por um barulho extremamente alto, soltou o impropério: “[...] eu não tenho medo de você. Fuck you Elon Musk”.
A resposta por parte de seu esposo, o presidente Lula, veio no mesmo dia, horas após o ocorrido. Durante outro evento paralelo ao G20, o presidente afirmou, sem citar a esposa que “não temos que xingar ninguém”. O G20, um evento que era pra promover o combate à fome e a desigualdade, no mínimo teve seu objetivo maculado, obstruído pelas gafes da primeira dama.
O certo é que as gafes da primeira dama não agradaram, na verdade, irritaram e incomodaram membros do governo Lula que se pronunciaram dizendo ter sido desnecessário e rotulando como postura imprópria.
Janja é aquela mulher que gosta de causar e faz de tudo para aparecer, buscando seu protagonismo, sem se contentar com o papel de primeira-dama. Ela ganhou todos os holofotes da mídia nacional ao organizar o show da Aliança Global contra Fome e Pobreza, o que também incomodou alguns ministros. Convidou influencers, artistas e amigos e promoveu um evento paralelo ao G20, ao custo de uma bagatela de 33 milhões de Reais, patrocinado por estatais como Banco do Brasil, Caixa, BNDS e Itaipu Binacional. O evento ganhou o apelido indecoroso de “Janjapalooza”, apelido este que pegou mal até pra sua organizadora que chamou atenção a uma de suas apoiadoras que usou o nome no meio de uma fala da primeira-dama.
Quando a intenção era destacar o Brasil em seu comprometimento com as causas sociais e fazer com que a mídia nacional e internacional pudesse jogar o seu holofote através de manchetes garrafais da eficiência do encontro do G20, Janja conseguiu monopolizar praticamente todas as reportagens de forma impopulares e negativas, arranhando e ofuscando o evento com suas polêmicas.
As gafes de Janja, não são de hoje, alias há uma coleção de polêmicas e controvérsias ao longo do mandato do marido. Janja sempre quis interferir em assuntos delicados e importantes da gestão do país, e que ela não tem conhecimento, além é claro de dar palpites e pitacos em tudo quanto é assunto relacionado ao Brasil.
Em maio deste ano, no meio da tragédia que assolava o estado gaúcho, ela polemizou ao confrontar o humorista, standapeiro e saco de pancada em luta de boxe, o tatuado Whindersson Nunes em virtude do resgate de um cavalo que estava ilhado no telhado de uma residência em meio à enchente.
No início do mandato, Janja alegou com seu esposo o desaparecimento de móveis e itens de decoração do Palácio da Alvorada, justificando assim a compra de peças de luxo para repor os supostos utensílios desaparecidos. Meses depois, os itens foram encontrados dentro da própria residência.
Recentemente Janja afirmou em uma entrevista que as pessoas precisam entender que ela é a voz de milhares de mulheres no governo. (Rsrs) Quem outorgou à ela esta representatividade? Disse ainda que suas ações vão além de interesses pessoais. (Então tá né!)
Além das inúmeras gafes, parece que a primeira dama recebeu aulas de português com uma famosa professora, que já foi presidente de um país da América Latina e atualmente está a frente de um banco. Dias atrás em participação em um Pod Cast ela soltou alguns desencontros adverbiais, conjugações e falas sem conhecimento de causa. Eis alguns:
Ao avaliarmos a atual primeira dama, precisamos lembrar de todas as outras que já passaram, desde o início da história recente do Brasil República. Vamos começar pela esposa de Tancredo Neves, dona Risoleta Neves, que na verdade não chegou a ser oficialmente primeira-dama do Brasil, visto que seu marido falecera antes de tomar posse da presidência, porém uma mulher culta, chique e silenciosa.
A esposa de José Sarney, dona Marli. Tão tranqüila, que nunca foi destaque, mas sempre presente em eventos oficiais ao lado do marido.
Depois vem o caçador de marajás, o corruptissimo Fernando Collor, com sua eleganterrima e dentuça esposa Rosane Collor que sempre esteve envolvida em diversas iniciativas sociais e culturais, porém, ofuscada por eventos conturbados na política nacional enquanto seu marido presidia o país.
No período do presidente Itamar Franco, o país se viu sem primeira dama. Mas a gente nunca se esquece do evento em que Itamar na Marques de Sapucaí foi acompanhado por uma mulher de nome Lilian Ramos que na ocasião deixou se fotografar num camarote sem a vestimenta intima, ficando desta forma conhecida internacionalmente.
Fernando Henrique Cardoso, apresentou ao Brasil sua esposa e primeira dama Ruth Cardoso, a mais culta entre as primeiras-damas, professora universitária, antropóloga. Envolvidíssima nas causas sociais do governo do marido. Reconhecida internacionalmente no meio acadêmico pela sua capacidade intelectual.
No primeiro e segundo mandato de Lula, a primeira dama foi Mariza Letícia. Sempre presente ao lado do esposo, nunca almejou holofote para si, exercendo o papel de submissão à um estadista. Nunca participou ativamente de nenhum projeto, fato duramente criticado pela oposição.
Dilma Rousseff, ela mesma foi presidente e primeira-dama. Vou me ausentar de comentários para não estender a presente coluna.
Ao assumir a presidência, Michel Temer, o Brasil volta a ter uma primeira-dama, em minha opinião, a mais bonita e mais bem vestida entre todas.
Como primeira-dama, Marcela Temer ganhou destaque por seu trabalho em políticas sociais, com especial enfoque no bem-estar e desenvolvimento infantil.
E a última primeira-dama, Michele Bolsonaro. Evangélica atuante, foi defensora de causas sociais relacionadas a pessoas com deficiência. Trabalhou a conscientização sobre autismo e a inclusão de libras nas escolas.
E agora somos presenteados com nossa atual primeira-dama, Rosangela da Silva, a Janja. Como diz o ditado, que cada nação tem o governo que merece, automaticamente, também merecemos a primeira-dama que temos.
O xingamento da excelentíssima senhora Janja ao mega empresário e futuro estadista Elon Musk, segundo analistas políticos, devem resultar negativamente às relações do nosso país com o futuro governo dos Estados Unidos, o recém eleito Donald Trump. A fala pode salientar diferenças e desencontros entre os governos do Brasil e dos EUA, dificultando a busca de consenso em assuntos importantes para os dois países.
Se Caco Antibes fosse o presidente do país, com certeza ele soltaria o seu mais famoso bordão: “Cala a boca Magda!”, ou então: “Cala a boca Janja!”