Parecido com a Mamãe!
É engraçado como somos tomados por fases, por períodos, por momentos ou por estação. Parece que de vez em quando passa um meteoro em nossa existência, deixando momentaneamente marcas e resquícios de algo que surge como uma onda passageira. É como se um surto ou uma epidemia surgisse deixando seus fragmentos e sinais.
Estou falando da nova febre mundial que atingiu nosso país: o fenômeno Bebê Reborn.
O bebê reborn impressiona, pois traz uma aparência muito próxima de um bebê humano recém-nascido, com pele macia, veias, rugas, olhos, pelos, cabelos implantados fio a fio, e em alguns modelos mais avançados e consequentemente mais caros, apresentam até mesmo a simulação de respiração e batimento cardíaco.
Muito mais do que um brinquedo infantil, o bebê reborn tomou um sentido oposto, e sua procura mais numerosa é por adultos como objeto de coleção, e até aqui tudo bem, mas por outros utilizada com objetivo terapêutico.
Embora tenha viralizado agora, o bebê reborn não é tão novo ou recente. O boneco tem uma origem já quase centenária. A ideia surgiu após a II Guerra Mundial da década de 40 do século passado, na época, artesãs passaram a modificar as bonecas antigas para deixa-las mais realistas e ganhou força nos anos 90, e tomado como “febre” agora em pleno século XXI.
E com o aumento exponencial do tema bebê reborn, principalmente nas redes sociais, o que mais tem se debatido ultimamente é o assunto em questão. Está sob os holofotes no Tiktok e Instagram, onde influenciadores compartilham fotos e vídeos do dia a dia com seus bonecos bebê reborn. Alguns mostram desde o parto, numa simulação do nascimento destes bebês, até as rotinas de cuidado como troca de fraldas, mamadeiras, passeios e pasmem: até mesmo consultas médicas, além de pic-nics e encontros em parques de mamães de bebês reborn.
No último domingo (11/05), Dia das Mães, o Fantástico da Rede Globo, apresentou uma matéria especial de mais de 8 minutos em horário nobre no domingo à noite, sobre as “mães de bebê reborn”. Tudo que vem da Rede Globo, precisamos olhar sob uma ótica bem criteriosa, pois é de longa data que a mesma tem a intenção de destruir ou denegrir o conceito primário de família. Há dois anos, no dia dos pais, o mesmo programa exibia a reportagem da situação calamitosa dos pais da atriz Larissa Manoela, a Maria Joaquina de Chiquititas, e que foi tema desta despretensiosa coluna na época. E agora no dia das mães, ao invés de apresentar uma homenagem ou uma reportagem dedicada às mães que foram incentivadas a abortarem os seus filhos e não o fizeram, ou de mães que lutando contra tudo e contra todos, contra todas as forças contrárias souberam educar os seus filhos e hoje gozam de adultos retos e bem-intencionados. NÃO! No sentido inverso de tudo isto, a matéria traz a valorização de mães de bebês reborn. Em determinado momento a repórter Ana Carolina Raimund que fez a matéria diz: “nesta maternidade o cliente pode comprar uma experiência completa”. É isto que querem passar para nós, a “arte” do bebê reborn é muito mais do que a prática de colecionismo, ou ainda do cuidado de um bebê, é uma “experiência”.
A reportagem traz a senhora de nome Carla de 49 anos de idade, casada mãe de dois filhos adultos que relata que sempre teve vontade de ter um bebê reborn, a matéria que apresenta a mesma habitando uma casa simples e precisando de uma pintura, disse ela que quando viu na internet tomou a decisão: “é a hora de eu ter um bebê reborn”. Primeiro comprou uma boneca e antes de acabar de pagar, comprou outra. Parcelou em 10 pagamentos e hoje concilia o pagamento das duas bebês. Já disse eu, tantas outras vezes, que tudo na vida é questão de prioridade. Carla demonstrou isso. “Já vou começar a pagar a terceira parcela” disse a mesma rindo.
A Câmara de Vereadores da cidade do Rio de Janeiro aprovou um Projeto de Lei que institui o “Dia da Cegonha Reborn”, cegonha é a artesã que faz, que fabrica o boneco feito de silicone ou de vinil que varia de R$ 750 a até R$ 12 mil Reais a unidade. Depois disto pipocou projetos de Leis em Câmaras municipais como em Assembleias Legislativas em diversos estados de Projetos que endossam ou que reprovam a prática, coleção e adoção destas bonecas. Diante de tantas pautas urgentes, necessárias e prioritárias, parlamentares em todos os lugares estão perdendo tempo para discutir esta bestificação que se tornou febre. Aliás, nossas câmaras estão discutindo e votando, e muitas vezes por unanimidade pautas desconexas e desencontradas como esta de bebê reborn. O mundo já virou uma grande estupides onde os mesmos que querem um papa e políticos que aceitem o aborto, aplaudem mulheres que dizem ser mães de bebê reborn.
Mas não são apenas pessoas “comuns” ou meros humanos anônimos que foram tomados pela febre bebê reborn, muitos influenciadores e celebridades ajudam a fomentar e motivar o consumo da prática destes bonecos hiper-realistas, entre tantos, apresento alguns: Maria Xuxa Meneghel, a “rainha dos baixinhos”, sim Xuxa também adotou bebê reborn. Nicole Bahls também compartilhou em suas redes sociais a adoção de duas bebes, uma com cara de criança e outra com cara de porco. Esta parece bastante com a mamãe. Ela mesmo diz: “estou apavorada como parece ser humano estes bebês rebonrs, olha os pelinhos”. Outra que adotou bebê reborn, na verdade, uma das primeiras celebridades a ter esta pratica Britney Spers; penso eu que pra ela terá um efeito terapêutico incrível, uma vez que quando teve seus filhos a atenção foi dividida entre o consumo de entorpecentes e drogas. Uma outra celebridade, foi Luciana Gimenes, depois que o filho que teve com Mick Jagger, cresceu, quis ter outra experiência de maternidade, a de um bebê reborn. Graciane Barbosa, com medo de ter um filho parecido com o pagoeiro Belo decidiu ter um filho com sua cara: um bebê reborn. A ex-BBB e atual evangélica Maíra Cardy também adotou duas bebês reborn. É tanta experiência marcante, que o teclado do meu notebook está quase encharcado com minhas lágrimas (buáááááááááá!!!!!).
No início do mês de maio, o fenômeno bebê reborn ganhou um capítulo ainda mais efusivo, quando padre Fábio de Melo postou vídeos em seu Instagram quando da visita em uma maternidade de bonecas reborn nos Estados Unidos e relatou que estava “adotando” um e ainda que o mesmo tinha síndrome de Down. Aí os comentários, memes, chacotas vieram aos montes como enxurrada. Segundo o padre era uma homenagem à mãe Ana Maria que morreu no ano de 2021 e colecionava estas bonecas. Há uma semana atrás, Padre Fábio de Melo usou as redes sociais para desmentir a adoção dizendo que era uma brincadeira, porém na ocasião, no início do mês o mesmo havia mostrado até registros do processo de “adoção” e se divertia: dizia ele “já está pronto o visto dela, já pode viajar para o Brasil, mesmo a mãe tentando impedir. Ela tem visto norte-americano e tem até visto para entrar no Brasil.
Infelizmente, é deste tipo de padre, preocupado em ganhar likes e visualizações que vai fomentando críticos em desacreditar no colégio clerical da Igreja católica colocando todos os padres no mesmo patamar. Aliás, esta semana novamente, o mesmo padre volta para as manchetes, ao criar uma “treta” numa cafeteria ou panificadora em Joinville, Estado de Santa Catarina, por causa da diferença no preço de um doce de leite, resultando na demissão do gerente do café. Posteriormente, como sempre faz, o padre Fábio de Melo, usa novamente as redes sociais para comentar o caso da “treta” e consequente demissão do rapaz. Mostrando claramente que o seu sermão ou pregação está bem distante da prática de suas ações, quando lhe falta misericórdia, compaixão, altruísmo e perdão. O que posso comentar de um líder espiritual que está mais preocupado com seu visual todo recauchutado e repleto de mudanças estéticas que resultam na harmonização facial em seu rosto, em usar cinta de marca francesa Hèrmes avaliado em R$ 10 mil, calças jeans da Diesel que custa em média de R$ 5 a 8 mil. Em dezembro passado usou um tênis futurista que mais parece um ferro antigo de passar roupa, que usuários da internet comentaram valer mais de R$ 10 mil. Como não faço apenas críticas, mas procuro apresentar sugestões, embora acredito que ele nunca vai ler nossa modesta coluna, vou indicar ao padre Fábio de Melo a leitura de um livro, o “Quem me roubou de mim”, este livro aborda o conceito de “sequestro da subjetividade”, se refere ainda à perda de identidade e autonomia das relações humanas. O livro explora como relações podem se transformar em cárceres afetivos, onde a pessoa se perde a si mesmo, perdendo a capacidade de realizar seus objetivos e de exercer sua liberdade de escolha. Acredito que a leitura do livro o ajudará neste momento confuso em sua vida. Mas.... opa.... espera aí... o autor é ele mesmo?! Padre Fábio de Melo?! Bom se foi ele quem escreveu, só falta colocar em prática o que ele retratou no livro.
São tantos relatos e tantas manchetes sobre o assunto que nossa coluna não teria fim.
Dia 1º de maio um vídeo viralizou, mostrando uma mãe de bebê reborn que leva o boneco ao médico dizendo que está com febre, o vídeo tem direito a pesagem na balança do hospital e medicação.
No dia 14 de maio outra manchete: “Casal briga na justiça por guarda de bebê reborn”, o casal diz que o boneco faz parte da família.
Padre Chrystian Shankar escreveu um texto em seu Instagram já adiantando que não vai batizar estes bonecos nem aceita-los na catequese.
O tão polêmico prefeito de Chapecó/SC João Rodrigues declarou que “qualquer pessoa que levasse um bebê reborn a um posto de saúde deveria ser internada involuntariamente”.
Inúmeros profissionais, psicólogos, psiquiatras, médicos tem criticado com veemência a atitude de mães de bebê reborn, sugerindo que é preciso procurar uma terapia com profissional especializado. A psicóloga Andrea Vermont diz enfaticamente que a onda bebê reborn “é patológico, fruto de mães que não aceitam a realidade”, diz ainda: “não é afeto, é o delírio afetivo de uma geração que não sabe encarar a vida”. Segundo ela tudo isso é sintoma de psicose, é fuga de gente real, de afeto real, boneco não responde, boneco aceita o script, é o controle total. Por isso que tanta gente está aceitando a fantasia, porque a vida real ficou insuportável. Gente não quer mais dialogar, conviver, porque há riscos em tudo isto. A vida é feita de riscos, e relacionamentos geram conflitos e atritos.
Outros profissionais ainda são até mais incisivos, dizem que a onda deixa claro que o ser humano que está perdendo a sanidade mental.
Ao meu ver e em meu pensamento a onda bebê reborn tem algo mais profundo e talvez escondido por trás de tudo isto. Já faz algum tempo que o “sistema” para destruir as famílias tem investido em nossos jovens, em nossos adolescentes, mas principalmente na criança, pois elas serão os adultos de logo mais. Desta forma nossos bebês estão sendo trocados por bonecos que não choram, não tem sentimento, não dão trabalho; nossos filhos estão sendo substituídos por cães, por animais de estimação no tão defendido “mães de pets”, e infelizmente a infância, nossas crianças sendo doutrinadas com princípios e inclinações nocivos e lascivos, por ideologias que tem a finalidade de roubar e destruir sua inocência e moral. Se não podemos destruir a família, vamos doutrinar as crianças, desta forma criamos uma nova geração de militantes, de ateístas de pessoas sem valores morais, cívicos ou religiosos, longe do que é correto, mas próximo do que é permissivo, da liberdade total. Afinal é normal: infantilizar os adultos e sexualizar os inocentes. Afinal que mal pode haver num boneco? O que parece inofensivo traz como pano de fundo uma manipulação ideológica. É preciso atenção, discernimento e criticidade.
Pra gente concluir a presente coluna, pois dados e fatos não faltam para escrever e comentar.
Uma das alegrias de qualquer mãe que deu à luz é quando chega alguém e diz que o filho ou filha é parecida com ela. “Que lindo, parece a mãe!”.
No caso dos bebês reborn, sempre parecem com a mãe: frio, vazio, sem vida, sem alma.